A Besta de Gevaudan - A França aterrorizada por uma fera sanguinária

Ataques e Mortes
No século XVIII, em 30 de junho de 1764, Jeanne Boulet, uma jovem de 14 anos é encontrada morta com marcas de arranhões e mordidas. Poderia parecer mais um caso comum de ataques de animais, entretanto, os lobos não costumavam atacar as pessoas, apenas os animais do rebanho e, esse era o primeiro registro de morte desse tipo.
 Outro fator é que, segundo relatos, o corpo da jovem foi encontrado mutilado violentamente e seu coração havia sido devorado.
 A partir de então, várias outras mortes passaram a ocorrer. Não é possível saber com exatidão o número de vítimas. Enquanto algumas fontes estimavam no máximo 100, outras falavam em 200. Mesmo assim, podemos ter uma visão clara de que são números muito altos se tratando de um animal só, levando em conta que o padrão dos ataques era sempre o mesmo. Corpos parcialmente devorados, marcas de garras e mordidas que indicam extrema violência.
Descrição da criatura


 De início, a única forma de saber qual era a aparência da criatura seria analisando seus ataques por meio dos cadáveres encontrados. Mas isso começou a mudar quando algumas pessoas conseguiram escapar de ataques, afirmando se tratar de um lobo enorme, muito maior que o normal.
 O número de ataques crescia e parecia espantoso demais para serem realizados por um único animal. De fato, muitos passaram a suspeitar que poderia haver mais de um único lobo desse tamanho, talvez até uma alcateia.
 Relatos assim ganharam mais força quando dois boatos de ataques eram contados por testemunhas que estavam ao mesmo tempo em lugares completamente diferentes. Outros acreditavam ter visto um homem desconhecido acompanhando a criatura e indicando quem ela deveria atacar.
 Desse modo, as histórias a respeito do animal começaram a ganhar outro aspecto.
                                            Surge um Lobisomem em Gévaudan

Não parecia normal um animal comum conseguir matar tantas pessoas seguindo uma espécie de padrão. Assim, muitos passaram a acreditar que não haveria chance de se tratar de um lobo qualquer.
 Como modo de defesa. Muito se aventuravam pela floresta em busca da criatura. Caçadores também buscavam matar a fera para que a paz fosse restaurada. Porém, os rastros se perdiam, armadilhas nunca davam certo e mesmo se tratando de um animal de porte grande, ele conseguia fugir com muita rapidez e eficácia.
 Quem conseguia dar de cara com o lobo e atirar contava que mesmo o atingindo com diversos projéteis, nenhum era capaz de derrubá-lo. E os relatos apenas aumentaram a crença num lobisomem rondando Gévaudan.
O Rei Responde aos Apelos do Povo
 Muitos boatos sempre chegavam aos ouvidos do rei e, nesse caso não foi diferente. Luis XV se viu obrigado a responder os insistentes pedidos de ajuda dos camponeses, mesmo estando concentrado nas guerras entre as colônias da América e a Inglaterra. Com isso, foi organizada uma grande caçada e Luis XV ofereceu uma grande recompensa para quem conseguisse matar a fera, fazendo com que caçadores de muitas regiões aparecessem em Gévaudan.
                                                 A suposta “Besta” é morta

 Finalmente em 21 de setembro de 1765, mais de um ano depois do início dos ataques, Antoine de Beauterne consegue abater o animal. Ele era um famoso taxidermista parisiense que havia caçado em diversas partes do mundo.
 A tal criatura era um lobo espantosamente grande. Tinha 1,83 de comprimento e 87 centímetros de altura, pesando 90 quilos. Assim, se tornando facilmente maior que muitas pessoas.
 O homem levou o animal morto até o rei, mas seus métodos de conservação não foram o suficiente para manter o corpo do lobo em bom estado. Tudo o que sobrou foram dentes, orelhas e rabo, sendo o resto queimado e enterrado ao redor do vilarejo.
 Mesmo assim, Antoine foi recebido como herói e se tornou muito rico e famoso.
Novos Ataques

 Passou-se pouco mais de um ano após a morte do grande lobo. Parecia certo que não haveriam mais preocupações desse tipo. Até que na primavera de 1967 duas crianças desapareceram e o corpo de uma mulher foi encontrado sem cabeça.
 Antoine foi chamado, mas dessa vez, segundo suas análises, os ataques estariam sendo realizados por um homem. Alimentando novamente os boatos sobre um lobisomem.
  Mas em 19 de junho de 1967, Jean Chastel matou a criatura, dizendo ter usado uma bala de prata benzida por um padre (o que originou a história de que lobisomens só podem ser mortos com prata). Quando encontraram restos humanos no estômago do animal, Chastel se tornou famoso pelo feito. Mas novamente, os métodos de conservação não foram de ajuda e os restos da segunda criatura foram queimados.
A Farsa
 Porém, o animal que Chastel matou era diferente. Em 1979 foram encontradas algumas partes da fera que foi morta por ele e constatado que se tratava de uma hiena. Essa espécie específica vivia nas regiões do Norte da África, Oriente Médio e parte da Ásia.
 Com isso, em 2009 o History Channel exibiu um programa chamado “The Real Wolfman”, investigando cuidadosamente o caso de Chastel.
 Visto que se tratava de uma hiena, o animal poderia ter sido solto na floresta após ser recusado no zoológico ou, rumores indicam que o pai de Chastel possuía uma Hiena. Esse rumor leva pesquisadores a levantarem a hipótese de Chastel ter usado esse animal para instigar os boatos sobre um lobisomem e depois se auto-promover.
 Assim sendo, isso coloca em questão quem seria o autor da segunda leva de ataques, sendo Chastel o mais óbvio. Testes foram realizados com atiradores profissionais usando balas de prata. O resultado mostrou que o projétil tem poder destrutivo bem menor que um projétil comum e é menos certeiro, tornando improvável que Chastel, conforme havia relatado, atingisse o animal com um único tiro no coração.

#TeenWolf__FatosReais

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